O Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu esta quinta-feira avocar o caso da investigação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, retirando-o da alçada do juiz Sérgio Moro.
A maioria dos magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a decisão que determinava o envio àquela instância as investigações que envolvem a divulgação das escutas telefónicas de Lula da Silva.
Com exceção de Luiz Fux e Marco Aurélio Mello, os magistrados votaram integralmente a favor de tirar do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, a tutela do caso.
O tribunal foi chamado a decidir se referendava a decisão proferida na semana passada pelo magistrado Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF.
JUIZ PEDE DESCULPA POR DIVULGAR ESCUTAS DE DILMA E LULA
Teori Zavascki decidiu retirar a investigação sobre Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro e ordenou que a mesma passasse para o STF, por entender que compete somente a este tribunal avaliar como deve ser feita a divisão de investigações quando há indícios de envolvimento de autoridades com imunidade política, como a presidente Dilma Rousseff e ministros.
Na decisão, o magistrado decretou novamente o sigilo sobre as escutas telefônicas.
José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, que defende o Governo, aproveitou para lamentar que alguém tenha tentado "intimidar" e "não permitir o livre exercício dos magistrados", numa referência a atos de intimidação contra os responsáveis máximos do STF.
O advogado sublinhou que a divulgação das escutas por parte de Sérgio Moro configurou uma "violação à Constituição", do "direito de intimidade dos cidadãos", da lei das escutas telefônicas e também das "regras da Segurança nacional", por envolver a Presidente.
Entre as escutas que geraram polêmica, Dilma Rousseff e Lula da Silva têm uma conversa que foi interpretada por alguns como uma combinação para nomear o ex-presidente para o cargo de ministro para que Lula da Silva ficasse com imunidade jurídica.
Porém, a Presidente esclareceu que se referia à assinatura do documento da tomada de posse, numa altura em que ainda não estava confirmada a presença do ex-presidente na cerimônia.
Lula da Silva é investigado no âmbito da Operação Lava Jato, que trata de um esquema de corrupção que envolve várias empresas, incluindo a petrolífera estatal Petrobras.
A polêmica sobre a nomeação de Lula da Silva para o cargo de ministro da Casa Civil não estava na agenda para a sessão plenária de hoje do STF.
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