De acordo com o ministro não seria razoável invalidar a vontade das urnas porque as ações não atingiram a gestão financeira da campanha de modo generalizado.
Nesta quinta-feira (4) o TSE - Tribunal Superior Eleitoral rejeitou um recurso do Ministério Público Eleitoral onde pedia a cassação do mandato do senador Davi Alcolumbre do DEM-AP, que era presidente da Casa até semana passada e deu lugar no posto a seu aliado, Rodrigo Pacheco do DEM-MG.
Na visão do ministro Edson Fachin o Ministério Público comprovou a existência de irregularidades na campanha de Alcolumbre em 2014, mas que os fatos não têm gravidade suficiente para declarar a perda de mandato do parlamentar.
Fachin declarou que houve: "algumas transgressões de caráter contábil e financeiro" e listou uma série de práticas irregulares, como apresentação de notas fiscais inidôneas, contratação de fornecedor sem aptidão técnica, declaração de gastos com serviços que não foram prestados em sua inteireza e desvio de verbas destinadas ao pagamento de serviços para as mãos do administrador financeiro da campanha".
Porém o ministro ponderou que não há motivo para cassar Alcolumbre.
"Considera-se, porém, que as práticas não adquirem relevância jurídica apta a autorizar a sanção de perda do diploma, na medida em que, pelo aspecto quantitativo, representam somente o percentual de 14,54% das receitas declaradas à Justiça Eleitoral", afirmou.
O ministro sustentou que não seria razoável invalidar a vontade das urnas porque as ações não atingiram a gestão financeira da campanha de modo generalizado nem afetaram a paridade do pleito de forma categórica.
O TRE-AP (Tribunal Regional Eleitoral do Amapá) já havia arquivado a ação, mas o Ministério Público Eleitoral recorreu. Ao TSE, a Procuradoria-Geral Eleitoral reforçou o pedido de cassação de Alcolumbre.
A procuradoria afirmou que "é seguro afirmar" que a campanha usou uma empresa "para camuflar o real destino de recursos movimentados durante as eleições de 2014, em manifesto abuso de poder econômico".
Os seis ministros do TSE, porém, acompanharam o voto de Fachin e ressaltaram que não há provas suficientes para declarar a perda de mandato de Alcolumbre.
O senador comemorou o resultado do julgamento e destacou que precisou "aguardar seis anos para que a Justiça restabelecesse a verdade a respeito da lisura" da sua campanha.
"Sempre tive muita tranquilidade acerca do processo, contudo faltava-me a decisão que restabeleceria a verdade. Suportei seis anos de uma narrativa criminosa, rasteira e agressiva, tentaram impedir até mesmo a minha diplomação", lamentou.
Fonte: Folha de Pernambuco
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